sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

A bronca da leoa Lisa

 

A bronca da leoa Lisa, enfurecida com o companheiro Ulli no Jardim Zoológico de Niterói

Ulli acuado pelos rugidos ferozes de Liza, após o 'perdido' de três horas

Aquele dia começou com uma novidade para o leão Ulli. Ele morava no Jardim Zoológico de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, quando, aproveitando-se do deslize de um tratador, que deixou a porta aberta, o animal saiu da jaula.

InstagramSiga nosso perfil, com 95 anos de memória visual 

Eram 7h30 de 23 de novembro de 1994, quando o grande felino, natural da savana africana, começou a desfrutar de uma relativa liberdade, circulando pelas dependências do zoológico, deixando em desespero os funcionários da instituição.

FotosA alegria do público no zoológico do Rio, apesar dos problemas

Como tinha acabado de fazer uma refeição, Ulli nem ligou para as pessoas que, sem noção do perigo, observavam sua movimentação naquela quarta-feira. Com toda a calma, passeou pelas cercanias e até se deitou ao sol, sem esboçar agressividade.

Jogo do bicho: Como surgiu a prática que sustenta organização criminosa

A administração do parque não sabia o que fazer. Policiais da 78ª DP (Fonseca) e do 12º BPM (Niterói) foram acionados, mas tampouco sabiam como proceder. A certa altura, chegou uma equipe da Fundação ZooRio, formada por biólogo, veterinário e dois tratadores munidos de zarabatana, rifle e tranquilizantes para capturar a fera.

Passeio: Um fusca navegando pelas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas

Mas não foi necessário uso de armamento. Ulli não resistiu quando alguém prendeu um suculento pato numa corda e levou a ave até a porta da jaula. O animal caminhou com tranquilidade, abocanhou a refeição e retornou a sua jaula.

Todo mundo respirou aliviado, mas, depois do "perdido" de cerca de três horas, o leão teve que encarar a fúria de sua companheira, Lisa. A leoa o recebeu com belas patadas no focinho e, em seguida, rugiu furiosamente, acuando o macho no canto da jaula.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O GOL DE PET - 2001

Zagallo: 'O tri com o gol do Pet foi uma verdadeira Copa do Mundo’

Velho Lobo se emociona ao lembrar falta cobrada pelo gringo em 2001 e diz que título apagou parte da dor pelo vice da Seleção em 1950, no Maracanã

Por Janir Júnior Rio de Janeiro
Zagallo revê o lance do gol. Durante a trajetória da bola na falta cobrada por Pet, os olhos se enchem de lágrimas, a voz embarga e o Velho Lobo mostra os pelos do braço arrepiados. Dez anos se passaram desde o histórico gol marcado aos 43 minutos do segundo tempo, a vitória por 3 a 1 sobre o Vasco no dia 27 de maio de 2001, e o tricampeonato estadual. Em vez de apagar, o tempo alimentou de emoção a cada dia, mês e ano a memória do ex-técnico rubro-negro.
zagallo flamengo x vasco 2001 final carioca flamengo tri campeão (Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo)O então treinador Zagallo vestindo a camisa rubro-negra e de colete, à beira do campo na partida contra o Vasco, no Maracanã, em 2001 (Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo)
Aos 79 anos, Zagallo afirma que a conquista diante da torcida do Flamengo em um Maracanã lotado apagou um pouco sua dor pela vitória do Uruguai sobre a Seleção Brasileira, em 1950, no estádio carioca. O técnico revela o discurso que adotou para amenizar os problemas de relacionamento entre Petkovic e Edílson, exalta sua carreira vitoriosa no Rubro-Negro e recorda a imagem de Eurico Miranda, então presidente do Vasco, já no gramado, dando baforadas no charuto à espera do título que não veio.
Com um currículo vitorioso, Zagallo ainda tinha uma dose de emoção guardada para a reta final de sua carreira como técnico. E bem no final, aos 43 minutos do segundo tempo, na sua última conquista no Maracanã. Naquele 27 de maio de 2001, agarrado à sua imagem de Santo Antônio, o Velho Lobo só tinha um pedido:
- Era fração de segundos para ganhar o título. Com a torcida, a fé, a imagem de Santo Antônio na minha mão, pensei: "É, vai ser agora, vai ser mesmo’. E não deu outra. Deus me abençoou, iluminou a mim e ao Pet.
Dia 27 de maio de 2001. Dez anos se passaram. Nesta data, o senhor também vai relembrar tudo que aconteceu no Maracanã? Mesmo tanto tempo depois, ainda arrepia?
Você falou no arrepio e ele já veio (mostra os pelos do braço arrepiados). Veio porque é deslumbrante. Você conviver, viver aquilo que aconteceu em 2001. Estamos em 2011, lembro os detalhes como um filme que passa a toda hora, todo instante, todo momento. Estou falando aqui e vejo o Pet colocar a bola no gramado, se preparar para chutar. E eu torcendo como nunca para que ela entrasse. Só com o Pet, que chutava muito bem, aquela bola poderia conseguir o impossível. O impossível aconteceu: a bola colocada no ângulo, fora do alcance do Helton, que hoje está em Portugal fazendo milagres. Mas o milagroso dessa falta foi o chute determinado, imposto pela sua categoria e a vontade de que aquele terceiro gol entrasse naquele ângulo. Deus quis que o título, aquele jogo, aquele gol mostrassem a realidade de um jogador fabuloso que foi o Pet, fazendo o terceiro gol para vibrar sozinho, depois com todos os jogadores e com a majestade da torcida maravilhosa que é a do Flamengo. Naquele dia, tudo era ansiedade, desde a concentração, a subida no ônibus, o caminho para o Maracanã, a imensa torcida ao lado do ônibus gritando "Mengo, Mengo, vamos ganhar". São memórias que ficam e jamais sairão da minha retina.
A conquista do tricampeonato sobre o Vasco, da forma como foi, teve o mesmo gosto de uma Copa do Mundo?
Às vezes, até mais. Naquele tricampeonato, eu estava dentro do meu país, no Maracanã, onde tive uma decepção tremenda. Como soldado da polícia do exército, estava no Maracanã e vi o Brasil perder para o Uruguai a final da Copa de 1950. Nesse mesmo estádio, repleto de uma torcida inflamada como a do Flamengo, o tricampeonato com o gol do Pet foi uma verdadeira Copa do Mundo. Por exemplo: em 1970, foi sensacional, meu terceiro título mundial, o primeiro como técnico da Seleção Brasileira. Estava no México, o mundo passava através da minha cabeça, pensava no Brasil, no Maracanã. No tricampeonato pelo Flamengo, eu estava no Maracanã com a torcida preta e vermelha toda gritando "Mengo, Mengo, Mengo". Não é fácil.
Naquela decisão, além da superação dentro de campo, foi preciso vencer uma série de problemas internos, rixa entre Pet e Edílson. Como o senhor fez para unir o grupo na busca pelo título, ainda mais depois da derrota por 2 a 1 na primeira partida da final?
Quem vê uma vitória final não sabe o que passamos durante a competição em 2001. Houve problemas internos, todos sabiam que o Pet e Edílson não se davam, aconteceram várias reuniões: eu com o grupo, o elenco sozinho para falar sobre o assunto, pois já estava quase na véspera do jogo e nós estávamos abordando o caso. Disse que tínhamos que trabalhar, nos unir, pois dentro de campo o que vale é o preto e vermelho, a união. Se fora de campo eles (Pet e Edílson) não se davam, era outra questão. Dentro do jogo, a coisa tinha que ser diferente. E realmente foi. Levamos os problemas a um bom senso, de fato os jogadores se uniram e fomos para o Maracanã com um único objetivo: ganhar o tricampeonato. E conseguimos, com sangue, suor e lágrimas.
E o Edílson marcou dois gols, um deles de cabeça depois de passe do Pet, e também sofreu a falta que originou no gol do título...
Sim. O Edílson fez um gol de cabeça com um passe do Pet. Eles estavam ligadões, pensando só no jogo, na vitória, não pensavam mais nos problemas extracampo. Isso foi fundamental para o trabalho do grupo pela vitória.
Zagallo durante entrevista (Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)Zagallo assiste ao gol de falta de Petkovic, dez anos depois, e mostra os pelos do braço arrepiados durante entrevista (Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)
Esta conquista ficou muito marcada para os torcedores do Flamengo. Dez anos depois, como é a relação da torcida quando aborda o senhor na rua?
Hoje, qualquer telefone celular tira foto. Quando o torcedor fala comigo, cita o gol do Pet, comemora, diz que tem que agradecer a vida toda por aquela conquista. Apesar de o tempo ter passado, eles querem uma foto comigo. E lembram também a frase "vocês vão ter que me engolir". Sou querido pelo povo brasileiro.
Hoje, quando o senhor lembra do título, a emoção ainda é visível. Como é essa ligação com o clube, o tricampeonato, a paixão rubro-negra?
O Flamengo marcou minha vida. Jogava no juvenil do América em 48 e 49, depois fui para o exército. Lá tinha um jogador, o lateral Gerson, que era do juvenil do Flamengo e que me fez o convite para ir até o clube. No América, nunca tinha recebido dinheiro, era um sócio-contribuinte, meu pai pagava 20 mil réis para eu jogar vôlei, pingue-pongue, fazer natação e futebol. Eu pagava para jogar. O Jaime de Almeida, que era o técnico do Flamengo na época, gostou, e fizeram minha transferência para o Flamengo usando como ponte o Canto do Rio. Foi uma nova vida futebolística. Como jogador, fui tricampeão pelo Flamengo em 1953, 54, 55, já tinha raízes. Depois, a vida continuou, retornei ao Flamengo e encerrei minha carreira como técnico no clube. No final da minha vida, tive uma alegria como a de 2001. Foi uma felicidade total. Depois de ser tri como jogador, Deus me proporcionou estar no tricampeonato como treinador.
Podemos dizer que o Pet ajudou nesse desfecho com chave de ouro? O que pode falar dele como jogador e pessoa?
Falar sobre o Pet é importante na minha vida, pelo convívio que tive nesse período, na conquista do tricampeonato. Ele era um jogador difícil. O treinador tinha que ter um bom convívio, jogo de cintura, saber lidar com ele, que era uma boa pessoa. De vez em quando, ele ia para Iugoslávia, voltava fora do tempo, e eu conversava para trazer o jogador para mim e para o Flamengo. O técnico tem que ter um pouco de psicologia. Eu era como um pai, já que o Pet tem idade para ser meu filho. Ele é um cara bacana, jogava demais. Eu precisava dele dentro do time. Ele era diferenciado. Não sei como na Iugoslávia não foi titular da seleção. Não foi lá, mas felizmente foi junto comigo conquistando um grande título. Parabéns para você, Pet. Que bom eu ter te conhecido. Mesmo com os problemas, você soube lidar comigo, eu soube lidar com você, e nós ganhamos juntos um tricampeonato. Dentro do Maracanã, foi o meu grande título daquele ano. Depois, na minha despedida, ainda conquistamos a Copa dos Campeões sobre o São Paulo, com outro gol de falta do Pet.
Ele era um jogador difícil.
O treinador tinha que ter um
bom convívio, jogo de cintura, saber lidar com ele, que era
uma boa pessoa"
Zagallo, sobre Petkovic
Pet honrou a mística da camisa 10 do Flamengo?
Não tem dúvida. A 10 do Flamengo tem um grande significado na vida rubro-negra. Chama-se Zico, que foi o grande 10, fez chover e ganhou muitos títulos. Numa época diferente, não tinha o Zico, mas apareceu um gringo, um gringo chamado Pet, que soube honrar a camisa 10, jogou maravilhosamente, e, em 2001, relembrou grandes feitos do vitorioso Zico.
É possível resumir em uma ou poucas palavras aquele momento de 2001?
Eu não tenho mais palavras para falar. Era fração de segundos para ganhar o título. A torcida, a fé, a imagem de Santo Antônio na minha mão, pensei: "É, vai ser agora, vai ser mesmo". E não deu outra. Deus me abençoou, iluminou a mim e ao Pet.
O senhor consegue pensar como foi do outro lado, a tristeza dos vascaínos que comemoravam até os 43 minutos do segundo tempo?
Eu pensei primeiro no título que poderia ser conquistado. Vi e convivi com a derrota do adversário. A alegria que momentos antes eles estavam era minha naquele momento. A tristeza do Joel. As baforadas do Eurico Miranda na beira do campo antes do gol. O título era nosso.


Edmundo Silva: a catarse com o gol de Pet antes do impeachment

Mesmo com currículo manchado, ex-presidente lembra que time ganhou força com pichações nos muros da Gávea antes do 2º jogo da final de 2001

Por Janir Júnior Rio de Janeiro
Edmundo dos Santos Silva foi obrigado a deixar a presidência do Flamengo em 2002, depois de sofrer impeachment por conta de escândalos na parceria com a empresa ISL. A mancha no currículo do ex-dirigente aparece borrada com lágrimas por um momento que ele considera a maior catarse coletiva que presenciou. Há dez anos, ele estava no comando de um clube em constante crise e asfixiado financeiramente. À beira do campo do Maracanã, no dia 27 de maio de 2001, ele presenciou cenas de um final muito mais feliz do que o término do seu mandato.
- Foi a maior catarse coletiva que já vi na minha vida. Pensei que fosse enfartar. Quando estava 2 a 1, desci da tribuna para o gramado (ele aparece no fim do vídeo acima, após o terceiro gol. Confira). Existia uma rixa entre o Edílson e o Pet, que por contrato teria que vestir a camisa 10. Eu disse para eles que nós passaríamos, o Flamengo fica para sempre - relembrou Edmundo.
O ex-presidente recordou de onde acredita ter surgido a força rubro-negra para conquistar o tricampeonato carioca com o gol de falta de Pet aos 43 minutos do segundo tempo, que decretou a vitória por 3 a 1.
- No primeiro jogo da final, perdemos para o Vasco por 2 a 1. Depois, fomos eliminados da Copa do Brasil pelo Coritiba. Os muros da sede da Gávea foram pichados, os vascaínos já se consideravam campeões. Aquilo mexeu com os brios no nosso time, que ficou comovido – afirmou.
Os muros da sede da Gávea foram pichados, os vascaínos já se consideravam campeões. Aquilo mexeu com os brios no nosso time, que ficou comovido"
Edmundo dos Santos Silva
À época, Pet foi um dos alvos da torcida. As pichações 'Morte aos sérvios', 'Edmundo ladrão', 'Beto cachaça', 'Zagallo vice' e 'Eurico neles' estavam acompanhadas da sigla FJV. A agressão foi atribuída pela diretoria do Flamengo à Força Jovem do Vasco. Outra versão dá conta de que torcedores rubro-negros foram responsáveis pelo vandalismo, numa tática nem um pouco correta para estimular o elenco.
- Para mim, isso é falta de educação. Nada mais - comentou o sérvio Petkovic, na época.
Edmundo recordou ainda de onde surgiu a ideia da contratação de Pet.
- Sou baiano, vi um jogo do Pet pelo Vitória e pensei: ‘esse cara é o novo Zico’. Em 2000, quando o técnico ainda era o Paulo César Carpegiani, ele me pediu um camisa 10. Eu falei que já tinha um, que não conhecia bem, mas que jogava muito. Perguntei se ele queria, e o Carpegiani respondeu que sim. Pedi para o Gilmar (Rinaldi, gerente de futebol na ocasião), que foi contratar o Pet.
Antes de o meia sérvio balançar a rede no gol do tricampeonato, a crise financeira que assolava o clube e que tinha no próprio Edmundo um dos principais responsáveis foi usada na preleção com os jogadores.
- Estávamos com três meses de salários atrasados, e disse que a única forma de colocar em dia seria conquistando o Estadual e depois a Copa dos Campeões. Levamos as duas.
petkovic  flamengo x vasco 2001 final carioca flamengo tri campeão (Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo)Petkovic com a taça de campeão carioca de 2001
(Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo)
Os jogadores conseguiram ver a cor do dinheiro, mas os dois títulos não aliviaram a crise política e financeira, e todo imbróglio entre Edmundo e ISL.
- A briga existe até hoje na Justiça. Fui muito prejudicado no campo dos homens, mas a justiça divina não falha. Se assumisse o clube hoje, eu repensaria muitas coisas. Cometi muitos erros, mas também alguns acertos. Fico feliz por também ser lembrado pelos títulos e por esse gol do Pet – declarou o ex-dirigente.
Edmundo dos Santos Silva, porém, fica melhor no papel de torcedor que vibrou com o gol de Pet.
- A trajetória da bola depois da cobrança desafiou as leis da física – completou.
Um gol, um jogador, um presidente, cada um com suas leis e histórias. No caso de Pet, com 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sobre o Acidente do Senna


Projetista da Red Bull, que há três temporadas tem o melhor carro da Fómula-1, o inglês Adrian Newey confessou em entrevista ao jornal The Guardian que esteve muito próximo de abandonar o automobilismo, após o acidente fatal de Ayrton Senna, em Imola, em 1994. Newey foi quem desenhou a Williams onde morreu o tricampeão brasileiro e até hoje o acidente lhe tira o sono.
- O pouco cabelo que eu tinha, na época, caiu após aquilo. Foi terrível. Algo que me modificou fisicamente. Eu e Patrick Head (diretor técnico da escuderia) chegamos a nos perguntar várias vezes se valia a pena continuar. Pensei seriamente em desistir e largar tudo. Questionava se valia a pena seguir num esporte no qual alguém podia morrer numa máquina que eu criara. E me perguntava se o acidente tinha sido por alguma quebra causada por negligência ou por um design mal-feito. E, no meio disso tudo, começou o julgamento do caso, na Itália - desabafou.
Embora considerasse todo o processo judicial "deprimente" (ele e Head eram acusados de homicídio culposo), Newey lembra que os dias mais difíceis foram os que se seguiram ao desastre:
- Recordo-me que no dia seguinte era um feriado e muitos de nós, da equipe, fomos trabalhar, para tentar descobrir o que houve. Fizemos exaustiva busca nos dados da telemetria e admito que, mesmo assim, até hoje não temos condições de dizer exatamente o que houve. Ninguém tem. Que a barra de direção quebrou, não há dúvida. Mas será que se partiu antes, causando o acidente, ou foi na hora do impacto no muro? É verdade que tinha rachaduras de fadiga, causados pelo design pobre (a barra de direção foi "afinada" a pedido do próprio Senna, que se sentia incomodado por ela, dentro do cockpit) e que se quebraria em algum momento, mas todas as evidências indicam que a saída da pista não foi causada por isso.
O mais festejado projetista da F-1 nos dias de hoje revela que nos últimos 17 anos inúmeras vezes já pensou sobre a batida e o que pode tê-la causado:
- Se você olha as imagens, principalmente aquelas que foram tomadas da câmera on board de Michael Schumacher (que vinha imediatamente atrás de Senna) percebe que o carro não sai de frente, mas de traseira, o que é incompatível com uma quebra da coluna de direção. Ayrton ainda diminui 50% a aceleração, o que é consistente quando se tentar corrigir uma saída de traseira (isso tudo é revelado pela telemetria) e somente meio segundo depois pisa forte nos freios. A questão então é por que a traseira saiu assim, de repente? O fundo do carro batia na pista com muita intensidade na segunda volta e, de novo, isso parece pouco usual porque a esta altura os pneus já estariam com a pressão adequadas -- o que nos deixa com a 
opção de que o pneu traseiro direito provavelmente furou ao passar sobre detritos na pista. Se eu fosse forçado a escolher uma única causa, a mais provável, para o acidente, seria esta.
Esse é, entretanto, um mistério que jamais será completamente resolvido. E, por isso mesmo, ainda assombra Adrian Newey. Incapaz de esquecer aquele trágico primeiro de maio de 1994. Uma cicatriz que nem mesmo as 119 vitórias de seus carros, seus sete títulos mundias de construtores e seis títulos mundias de pilotos será capaz de apagar da memória deste genial projetista de 52 anos. A ponto de ele admitir que não quis nem passar perto dos cinemas que exibiam o recente documentário sobre Ayrton Senna:
- Seria algo muito difícil pra mim - admite ao final da entrevsita.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A história de Carlos Henrique Kaiser, o Forrest Gump do futebol brasileiro

Amigo de grandes jogadores do futebol brasileiro, em 20 anos, ele passou por vários clubes, mas quase não entrou em campo para partidas oficiais

Por Luma Dantas e Thiago Lavinas Rio de Janeiro
A bola nunca foi uma das suas melhores amigas. Mas ele era craque em se relacionar com algumas estrelas do futebol brasileiro. A vida de Carlos Henrique Raposo, mais conhecido como Kaiser, é digna de um filme de Hollywood. Por mais de 20 anos, ele fez parte do elenco de grandes clubes brasileiros. Foi para a França, passou pelos Estados Unidos, fez uma escala no México... sem praticamente ter entrado em campo para uma partida oficial. Entre alguns amigos, ele é conhecido como o Forrest Gump do futebol brasileiro. Apesar da sua história estar mais para outro sucesso do cinema americano... "Prenda-me se for capaz".
Aos 48 anos, Carlos Kaiser atualmente mora no Flamengo, no Rio de Janeiro. E depois de muito tempo resolveu revelar as suas histórias. No currículo, passagens por Botafogo, Flamengo, Vasco, Fluminense, América, Bangu, Palmeiras, Ajaccio...
– Pinóquio perdia. Pior do que cara de pau, esse rapaz é o maior 171 do futebol brasileiro - brinca Ricardo Rocha, um dos amigos de Kaiser.
A estratégia do suposto atacante para enganar dirigentes e treinadores era elaborada. Desde cedo, Kaiser sempre foi muito bem relacionado. E fazia amizade com facilidade com jogadores importantes do futebol brasileiro. A lista de amigos era grande... Carlos Alberto Torres, Rocha, Moíses, Tato, Renato Gaúcho, Ricardo Rocha, Romário, Edmundo, Gaúcho, Branco, Maurício... apenas para citar alguns nomes.
Em uma época em que os meios de comunicação ainda não eram tão desenvolvidos, em que não existia Internet, TV por assinatura transmitindo ao vivo jogos de todo o mundo ou empresários circulando pelos corredores dos clubes com DVDs editados de dezenas de jogadores, Kaiser se aproveitava da falta de informação. Sempre que algum de seus amigos famosos era contratado por um clube, ele era levado como contrapeso para fazer parte do elenco.
- Eu assinava o contrato de risco, mais curto, de normalmente três meses. Mas recebia as luvas do contrato e ficava lá este período - conta.
- É um amigo nosso, uma ótima pessoa, um ser humano extraordinário. Mas não jogava nem baralho. O problema dele era a bola (risos). Nunca vi ele jogar em lugar nenhum. É um Forrest Gump do futebol brasileiro. Conta história, mas às 16h da tarde, num domingo, no Maracanã, nunca jogou. Tenho certeza - disse Ricardo Rocha.
kaiser paulo roberto renato gaúcho (Foto: Divulgação)Kaiser, Gaúcho e Renato Gaúcho em um carnaval no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)
Kaiser tinha uma vantagem. Alto, sempre teve um porte físico avantajado. Tinha pinta de jogador. E puxava a fila nos treinos físicos. Como alegava que chegava fora de forma, conseguia ficar duas semanas só correndo em volta do campo. O problema era quando a bola rolava. Aí entrava em cena a segunda parte do plano.
– Eu mandava alguém levantar a bola pra mim e errava a bola. Aí sentia o posterior da coxa, ficava 20 dias no departamento médico. Não tinha ressonância (magnética) na época. E quando a coisa ficava pesada para o meu lado, tinha um dentista amigo meu que dava um atestado de que era foco dentário. E assim ia levando - explica Kaiser.
– Sei que ele era um inimigo da bola. A parte física era com ele. No coletivo ele combinava com um colega... na primeira jogada me acerta porque eu tenho que ir para o departamento médico - corrobora Renato Gaúcho.
– Sei de história que ele ia para o clube jogar e, na hora de entrar em campo para mostrar alguma coisa, simulava contusão. Aí não participava, falava que era estiramento e ficava de dois a três meses sem treinar. É 171 nato - conta Ricardo Rocha.
Festas nas concentrações
Para alguns dirigentes e treinadores, Kaiser não passava de um jogador azarado. E assim ele conseguia ganhar tempo. Colocava no bolso um ou dois meses de salário. Quando a situação começava a ficar difícil de ser sustentada, ele aproveitava um outro amigo e trocava de clube. Assinava um novo contrato de risco, recebia as luvas... começava tudo outra vez!
– Não me arrependo de nada. Os clubes já enganaram tantos os jogadores, alguém tinha que ser o vingador dos caras - brinca.
kaiser mauricio (Foto: Divulgação)Kaiser ao lado de Maurício, ídolo da torcida do
Botafogo (Foto: Arquivo Pessoal)
A tática era conhecida por vários companheiros, que encobriam a história. Afinal, Kaiser era bem relacionado em outras áreas também.
– Na época a gente ficava concentrado em hotel. Eu chegava três dias antes, levava dez mulheres e alugava apartamentos dois andares abaixo do que o time ia ficar. De noite ninguém fugia de concentração, a única coisa que a gente fazia era descer escada. Tanto que tem treinador hoje que bota segurança no andar.
Kaiser frequentava as casas noturnas mais badaladas do Rio de Janeiro e aproveitava o fato de ser jogador de futebol para se aproximar das mulheres.

– Mulher era a coisa mais fácil, podia ser em espanhol, inglês, francês. Porque jogador já tem esse assédio, eu não me considero um cara feio.

A semelhança com Renato Gaúcho também era bem-vinda. Os dois se divertiam bastante na noite.
– Se fui clone um dia de alguém na vida foi do Renato Gaúcho. A gente se conheceu em 83, ele jogava no Grêmio e vinha muito pro Rio. Essa fama que ele tem com as mulheres perto de mim não é nada. A gente saía muito, eu, ele e o Gaúcho (ex-atacante do Flamengo).
FRAME kaiser jogador (Foto: Reprodução)Reportagem sobre Kaiser (Foto: Reprodução)
Para não ser desmascarado, Kaiser precisava ter boas relações ainda com a imprensa. Por isso, distribuia camisas do clube, passava algumas informações. Elogiado pelos amigos famosos, ele aparecia em matérias acompanhado de adjetivos como ‘artilheiro' e ´goleador`. Assim, os meios de comunicação davam respaldo à imagem de bom jogador que era vendida aos clubes. Quando foi jogar no Bangu, um jornal da época deu à matéria sobre sua contratação o título: ‘O Bangu já tem seu rei: Carlos Kaiser’.
– Eu tenho facilidade em angariar amizades, tanto que muitos da imprensa da minha época gostam de mim, porque nunca tratei ninguém mal.
Em cerca de 20 anos de carreira, Kaiser entrou em campo poucos vezes para disputar uma partida oficial. Nenhuma delas no Brasil:

– Jogo completo se tiver uns 20, 30, tem muito. Todo jogo eu dava ‘migué’. Todo jogo eu saía machucado, até treino, se eu pudesse, eu saía machucado - admite.
Kaiser encerrou sua carreira aos 39 anos, jogando pelo Ajaccio, clube da segunda divisão da França, no qual ficou por alguns anos. O atacante garante que desta vez ele jogou de verdade, porém, não mais do que 20 minutos por partida, poucas vezes por temporada. Mais experiente, Carlos Henrique não se arrepende do que fez, mas confessa que se tivesse uma chance de voltar no tempo, a história seria diferente:

– Pelas oportunidades, pelos times que passei, se eu me dedicasse mais, eu teria ido mais longe na minha carreira. De certa forma, me arrependo de não ter levado as coisas mais a sério. Se teve alguém que eu prejudiquei a vida toda foi a mim mesmo - disse.
kaiser jornal  (Foto: Divulgação)Reportagem de jornal em que Kaiser aparece como um grande artilheiro (Foto: Reprodução)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desastres Naturais

MORTOS   TIPO                    LOCAL                ANO

31 mil              Terremoto                   Irã, Bam                     2003
36 mil              Erupção/Tsunami        Indonésia, Krakatoa   1883
40 mil              Erupção                      Martinica, Mt. Pelee   1902
92 mil              Erupção                      Indonésia                    1815
100 mil            Terremoto/Enchentes  Itália, Messina             1908
100 mil            Terremoto                   Portugal, Lisboa         1755
110 mil            Terremoto                   Turcoemenistão          1948
138 mil            Ciclone                       Bangladesh                 1991
143 mil            Terremoto/Incêndio    Japão, Kanto              1923
170 mil            Terremoto/Tsunami    Ásia/África                  2004
200 mil            Terremoto                   China, Gansu              1920
230 mil            Terremoto                   Síria, Aleppo              1138
255 mil            Terremoto                   China, Tangshan         1976
300 mil            Ciclone                       Paquistão/Bangladesh  1970
310 mil            Terremoto                   Índia, Calcutá             1737
830 mil            Terremoto                   China, Shaansi            1556
1 milhão          Inundação                  China                          1887


Catástrofes naturais no mundo em 2004

4 de fevereiro - Chuvas torrenciais no Brasil matam 161.

19 de maio - Temporal na Birmânia mata 140 pessoas e deixa 18 mil desabrigados.


27 de maio - Morrem 410 pessoas na República Dominicana arrastadas pelas águas do Rio Soleil, que havia transbordado.


28 de maio - Ao menos 1.068 morrem e 1.600 desaparecem por causa de inundações no Haiti.


1º de julho - Chuvas na Nicarágua provocam 23 mortes e causam prejuízo para mais de 5.900.


26 de julho - Inundações e enchentes no sul da Ásia matam mais de 900 pessoas.


18 a 20 de setembro - 1.330 mortos e 1.056 desaparecidos no Haiti pela tempestade tropical ‘Jeanne’, que também matou 22 na República Dominicana e 6 na Flórida (EUA).


-> Acontecimentos marcantes nos anos do desastre

1 milhão         Inundação                 China                         1887
No dia 5 de Março nascia Heitor Villa-Lobos, maestro brasileiro e também era patenteado o gramofone por Emile Berniler


310 mil           Terremoto                 Índia, Calcutá                       1737
Carlos Lineu, fundador do sistema moderno de classificação científica dos organismos, publica seu primeiro trabalho, A Flora Lapônica


300 mil           Ciclone                       Paquistão/Bangladesh          1970
No dia 18 de setembro morre Jimi Hendrix aos 27 anos e no dia 4 de outubro morre Janis Joplin também com 27 anos.


255 mil           Terremoto                 China, Tangshan      1976
No dia 27 de Fevereiro o Saara Ocidental declara-se independente. A Apple é lançada no dia primeiro de abril. Em 13 de maio é criado o município de Deodápolis, aqui no Brasil. Em 22 de junho, o Canadá extingue a pena de morte. Em 29 de junto ocorre a independência das Seychelles (estado insular africano do Oceano Índico, constituído por vários arquipélagos localizados a norte e nordeste de Madagáscar). Em 18 de Julho, a ginasta romena Nadia Comaneci, com 14 anos, atinge, pela primeira vez na história, a pontuação máxima (10), nos Jogos Olímpicos. Em 4 de Setembro, George W. Bush é detido e multado por conduzir sob a influência de álcool. Em 3 de Dezembro, Fidel Castro torna-se presidente da república de Cuba. Ainda nesse mesmo ano, a Viking I explora Marte. É publicado um artigo intitulado: Ethernet: Distributed Packet-Switching For Local Computer Networks. Acontecem os Jogos Olímpicos de Montreal no Canadá e o Internacional vence o Campeonato Brasileiro de Futebol.
No dia 12 de janeiro morre Agatha Christie, escritora inglesa. Em 9 de setembro morre Juscelino Kubitschek.


200 mil           Terremoto                 China, Gansu                       1920
No dia 2 de janeiro nascia o escritor russo Isaac Asimov e no dia 18 de maio nascio o Papa João Paulo II. No dia 14 de junho morria o sociólogo alemão, Max Weber.


170 mil           Terremoto/Tsunami Ásia/África                2004
2004 é um ano bissexto começando na quinta-feira e também foi designado como: Ano Iberoamericano do Portador de Deficiência, Ano Internacional do arroz (pelas Nações Unidas) e Ano Internacional para Comemorar a Luta Contra a escravidão e a sua Abolição (pela UNESCO).
No dia 11 de março ocorre um atentado terrorista em Madrid, Espanha. Em 4 de maio, Garçon à la pipe, um quadro de Pablo Picasso, torna-se o objeto mais caro de todos os tempos ao ser vendido em leilão por 104,1 milhões de dólares. Em 13 de agosto ocorre a abertura dos jogos da XXVIII Olimpíada em Atenas, Grécia.
Em 5 de junho morre Ronald Reagan. No dia 10 de junho morre Ray Charles. No dia 21 de junho morre Brizola. No dia 1 de julho morre Marlon Brando. Dia 11 de outubro morrem Fernando Sabino e Christopher Reeve. No dia 11 de novembro morre Yasser Arafat.


143 mil           Terremoto/Incêndio Japão, Kanto            1923
Em 29 de outubro é fundada a república da Turquia. Em 12 de outubro nasce Fernando Sabino. Em 11 de janeiro morre Constantino I, rei da Grécia. 1 de março morre Rui Barbosa. Em 20 de julho morre Pancho Villa. Nesse ano ainda foi descoberto o uso da penicelina para o uso em diabéticos.


138 mil           Ciclone                       Bangladesh                1991
Em 31 de Dezembro a URSS deixa de existir.


110 mil           Terremoto                 Turcoemenistão        1948
Em 7 de abril é criada a Organização Mundial de Saúde. Israel é declarado um estado independente em 14 de maio. Em 10 de Dezembro , a Assembléia Geral das Nações Unidas aprova a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 22 de Janeiro nasce George Foreman (sou fã dele) e em 21 de julho nasce Cat Stevens. No dia 30 de Janeiro morre Mohandas Gandhi, líder pacifista da Índia. Ainda nesse mesmo ano o disco de vinil (LP) é criado por Peter Goldmark.


100 mil           Terremoto                 Portugal, Lisboa       1755
Nesse ano é publicado o primeiro dicionário da língua inglesa por Samuel Johnson. Em 2 de novembro nasce Maria Antonieta, arquiduquesa da Áustria e rainha da França executada 1793. Em 17 de Novembro nasce Luis XVIII da França.

Ficou conhecido como terremoto de 1755 um sismo que devastou Lisboa e grande parte do sul de Portugal. Um maremoto seguiu o terremoto e destruiu a parte baixa da cidade, obrigando à sua reconstrução. O Brasil financiou tal esforço e com isso, Lisboa abandonou a imagem ainda da idade média pra se transformar numa cidade mais moderna.


100 mil           Terremoto/Enchentes  Itália, Messina                   1908
Em 24 de janeiro, Robert Baden-Powell começa o escotismo. Em 1 de fevereiro o rei de Portugal, Carlos I e seu filho Luís Filipe, duque de Bragança são assassinados em Lisboa por militantes republicanos. Em 27 de abril ocorre a abertura dos jogos olímpicos em Londres.


92 mil             Erupção                     Indonésia                   1815
Nesse ano é fundada a primeira fábrica de queijo na Suiça. Em 26 de fevereiro, Napoleão Bonaparte escapa do exílio na ilha de Elba e em 20 de março ele entra em Paris com um exército de cerca de 300.000 homens. A erupção do vulcão ocorreu no dia 12 de abril (vulcão Monte Tambora) e causou pertubação nas condições atmosféricas por mais de 1 ano. Em 18 de junho, Napoleão é derrotado na Batalha de Waterloo e parte para o exílio na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul. Em 16 de dezembro, o Brasil torna-se um reino.


40 mil             Erupção                     Martinica, Mt. Pelee 1902
Em 12 de setembro nas Juscelino Kubitschek e em 31 de outubro nasce Carlos Drummond de Andrade.


36 mil             Erupção/Tsunami     Indonésia, Krakatoa            1883
A ilha de Krakatoa na Indonésia, sumiu do mapa quando o vulcão do monte Perbuatan, supostamente extinto, entrou em erupção no dia 27 de agosto. A sucessão de erupções e explosões durou 22 horas e causou um tsunami com ondas de mais de 40 metros.


31 mil             Terremoto                 Irã, Bam                    2003
No dia 1 de Janeiro, Lula assume a presidência de república. No dia 10 de janeiro entra em vigor o novo código civil brasileiro. Em 1 de fevereiro, A nave Columbia explode no Texas matando seus sete tripulantes. No momento do acidente, a espaçonave viajava a 200.000km/h, dezoito vezes a velocidade do som. Em 6 de março, a Assembléia Nacional de Cuba reelege o líder Fidel Castro para mais um mandato de cinco anos à frente da presidência. Em 19 de março, os EUA iniciam a Guerra contra Saddam Hussein. Em 12 de janeiro morre Maurice Gibb, membro da banda Bee Gees (ataque cardíaco). Em 14 de fevereiroa a ovelha Dolly, primeiro clone de um mamifero adulto, foi sacrificada aos seis anos de idade. Dolly sofria de uma doença pulmonar degenerativa incurável. O líder da equipe que criou o clone, Ian Wilmut, disse achar improvável que a doença de Dolly estivesse ligada ao processo de clonagem. Em 6 de agosto morre Roberto Marinho, jornalista, empresário de mídia, dono da Globo.



-> Definições

Terremoto

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Epicentros de terremotos na Terra, 1963-1998
Terremoto é um fenômeno de vibração brusca e passageira da superfície da terra, resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, ou de atividade vulcânica. O movimento é causado pela liberação rápida de grandes quantidades de energia na forma de ondas sísmicas.

A maior parte dos terremotos ocorrem nas fronteiras entre placas tectônicas, ou em falhas entre dois blocos rochosos. O comprimento de uma falha pode variar de alguns centímetros até milhares de quilômetros, como é o caso da falha de San Andreas na Califórnia.

Só nos Estados Unidos, ocorrem de 12 mil a 14 mil terremotos anualmente (ou seja, aproximadamente 35 por dia). Baseado em registros históricos de longo prazo, aproximadamente 18 grandes terremotos (de 7,0 a 7,9 na Escala Richter) e um terremoto gigante (8 ou acima) podem ser esperados num ano.

Entre os efeitos dos terremotos estão a vibração do solo, abertura de falhas, deslizamentos de terra, tsunamis, além de efeitos deletérios em construções feitas pelo homem, resultando em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais (como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a proliferação de doenças, fome, etc).

Escala de Richter

A escala de Richter serve a quantificar a magniitude sísmica de um terremoto.

História

A escala de Richter foi desenvolvida em 1935 no sul da Califórnia.

Princípio

É uma escala logarítmica : a magnitude de Richter corresponde ao logaritmo da medida da amplitude das ondas sísmicas de tipo P e S a 100 km do epicentro.


A fórmula utilizada é ML = logA - logA0 onde A representa a amplituda máxima medida no sismógrafo e A0 uma amplitude de referência.


Assim, por exemplo, um sismo com magnitude 6 tem uma amplitude 10 vezes maior que um sismo de magnitude 5. Porém, o sismo de magnitude 6 liberta cerca de 31 vezes mais energia que o de magnitude 5.

A graduação

Na prática, a escala é graduada de 1 a 9 mas teoricamente é ilimitada, fala-se assim de uma escala aberta.
  • 1. Sentido apenas por instrumentos científicos.
  • 2. Sentido por algumas pessoas e animais.
  • 3. Sentido por muitas pessoas.
  • 4. Sentido por todas as pessoas.
  • 5. Destrói algumas construções
  • 6. Estruturas balançam e paredes começam a cair.
  • 7. Destrói muitas construções e mata pessoas.
  • 8. Um desastre.
  • 9. Não sobra nada
O sismo mais forte ja registado atingiu 9,5 acontecendo no em 1960 no Chile. Acredita-se que o sismo de 1755 em Lisboa possa ter atingido esse grau também. Do outro lado da escala, a queda de um tijolo de uma altura de 1m tem a magnitude -2.

Magnitude e intensidade

A escala de Richter não permite avaliar a intensidade sísmica de um sismo num local determinado e em particular em zonas urbanas. Para tal, utilizam-se escalas de intensidade tais como a escala de Mercalli.
A magnitude é única para cada sismo, enquanto a intensidade das ondas sísmicas diminui conforme a distância das rochas atravessadas pelas ondas e as linhas de falha.

Terremoto do Índico de 2004

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O Terremoto do Índico de 2004 ocorreu em 26/dez/2004, cerca das oito da manhã (hora local). O terremoto teve epicentro no mar a oeste da ilha de Sumatra no Oceano Índico, nas coordenadas 3,298°N latitude e 95,779°O longitude. O abalo teve magnitude sísmica estimada primeiramente em 8,9 na Escala de Richter, posteriormente elevada para 9,0, sendo o sismo mais violento registado desde 1960 e um dos cinco maiores dos últimos cem anos. Ao tremor de terra seguiu-se um tsunami de cerca de 10 metros de altura que devastou as zonas costeiras (veja animação em baixo). O Tsunami atravessou o Oceano Índico e provocou alguma destruição nas zonas costeiras da África oriental.

O terremoto foi causado por ruptura na zona de subducção onde a placa tectónica da Índia mergulha por baixo da placa de Burma. A área de ruptura está calculada em cerca de 1,200 km de comprimento e a deslocação relativa das placas em cerca de 15 m. Este deslocamento pode parecer pouco, mas em condições normais as placas oceânicas movimentam-se com velocidade da ordem do milímetro por ano. A energia libertada provocou o terremoto de magnitude elevada, enquanto que a deslocação do fundo do oceano, quer das placas tectónicas quer de sedimentos remobilizados pelo abalo, deu origem ao tsunami.
O número de vítimas está estimado até ao momento mais de 150.000, mas crê-se que deva aumentar, à medida que as linhas de comunicação vão sendo reestabelecidas.


Os países mais afetados foram:
  • Sri Lanka, com milhares de mortos e milhões de desajolados; o estado de emergência nacional declarado.
  • Índia, os estados de Tamil Nadu, Andhra Pradesh e os arquipélagos Andaman e Nicobar onde algumas ilhas foram totalmente submersas.
  • Indonésia, ilha de Sumatra estado de Banda Aceh.
  • Tailândia, especialmente as estâncias turísticas das Ilhas Phi Phi e Phuket.
  • Malásia.
  • Ilhas Maldivas, onde dois terços da capital, Malé, foram inundados.
  • Bangladesh.

Tsunami (onda)

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Um tsunami (do japones significando literalmente onda de porto) é uma onda ou uma série delas que ocorrem após um sismo, atividade vulcânica, abrupta deslocação de terras ou gelo ou do impacto de um meteorito dentro ou perto do mar. O equivalente em português é "maremoto".

O tsunami ou maremoto consiste numa série de ondas geradas numa massa de água por uma perturbação abrupta que desloca verticalmente a coluna de água. Sismos, deslizamentos de terras, erupções vulcânicas, explosões ou mesmo o impacto de corpos cósmicos como meteoritos podem gerar tsunamis.

A energia de um tsunami é função de sua amplitude e velocidade. Assim, à medida que a onda se aproxima de terra, a sua amplitude (a altura da onda) aumenta à medida que a sua velocidade diminui. Os tsunamis podem criar ondas com uma altura de 30 metros e causar grande destruição.

Nome

O termo "tsunami" vem do japonês significando tsu (porto) e nami (onda). O termo foi criado pelos pescadores que vieram da pesca e encontraram tudo devastado no porto embora eles não tenham visto nem observado a onda no alto mar. As expressões "ondas de maré" (tidal waves) ou raz de maré (do francês raz-de-maré) são de evitar por constituirem um anglicismo e galicismo desnecessario e por serem enganadora dado que os tsunamis nada têm a ver com as marés.

Causas

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Um tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa grande de água, tal como um sismo, um deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro. Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do forma sofre uma deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água. Os sismos tectónicos são um tipo particular de sismos que dá origem a deformação da crusta; sempre que os sismos ocorrem em regiões submarinas, a massa de água localizada sobre a zona deformada vai ser afastada da sua posição de equilíbrio. As ondas são o resultado da acção da gravidade sobre a perturbação da massa de água. Os movimentos verticais da crusta são muito importantes nas fronteiras entre as placas litosféricas. Por exemplo, à volta do Oceano Pacífico verifica-se uma variedade de situações onde placas oceânicas mais densas deslizam sob as placas continentais menos densas, num processo que se designa por subducção. Estas zonas são muito eficientes na produção de tsunamis. Os deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os grandes tremores de terra, bem como os colapsos de edicífios vulcânicos, podem também perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Do mesmo modo, uma explosão vulcânica submarina violente pode levantar a coluna de água e gerar um tsunami. Grandes deslizamentos de terra e impactos de corpos cósmicos podem perturbar o equilíbrio do oceano, com transferência de momento destes para o mar. Os tsunamis gerados por estes mecanismos dissipam-se mais rapidamente que os anteriores, podendo afacter de forma menos significativa a costa distante.

Características

As Tsunamis têm um comportamento muito diferente das típicas ondas de surf; propagam-se a altas velocidades e podem percorrer distâncias transoceânicas sem grande perda de energia. Um tsunami pode causar estragos a milhares de quilómetros de distância da sua origem, podendo passar muitas horas entre a sua criação e o seu impacto na costa, chegando bastante depois da onda sísmica que a originou

Vulcão

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Vulcão é uma estrutura sólida criada quando lava, gases e partículas quentes (como cinzas) escapam para a superfície terrestre. Injeta altas quantidades de poeira, gás e aerossóis na atmosfera, podendo causar resfriamento climático temporário. São frequentemente considerados causadores de poluição natural.

Tipicamente, vulcões apresentam formato cônico e montanhoso. Um vulcão está ativo quando está em erupção, ou entrou em erupção recentemente. Vulcões que não entraram em erupção recentemente, mas que são considerados de provável erupção no futuro são classificados como adormecidos. Um vulcão que não entrou em erupção recentemente, e do qual não se espera mais erupções é classificado como extinto.
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Vulcão Santa Helena
A erupção de um vulcão é considerada um grave desastre natural, por vezes de consequências planetárias. Assim como outros desastres dessa natureza, são imprevisíveis, impreveníveis e causam danos indiscriminados. Assim, tendem a desvalorizar os imóveis localizados em suas vizinhanças.

Por outro lado, os arredores de vulcões, formados de lava resfriada, tendem a ser compostos de solos bastante férteis para a agricultura.

Classificação de vulcões

Vulcões são geralmente classificados nas seguintes categorias:
  • Vulcão de Escudo (Shield volcano): Vulcões que expulsam quantidades enormes de lava que gradualmente vão alargando a sua cratera e seus arredores. Os vulcões das Ilhas do Havaí são exemplos desse tipo, e alargam as ilhas a cada erupção. Seus fluxos de lava são geralmente muito quentes e muito fluídos.
  • Cones Vulcânicos: resultam de erupções que descartam basicamente pedaços pequenos de pedras, que se acumulam ao redor da abertura. Suas erupções são relativamente pequenas e breves, e produzem uma colina (cone) de 30 a 300 metros de altura.
  • Vulcões compostos (Stratovolcanoes) são montanhas altas em cone, compostas de fluxos de lava e material expelido. Exemplos: o Monte Fuji no Japão, oVesúvio na Itália, e o Erebus na Antártica).
  • Super vulcões (Supervolcanoes) é uma classe de vulcões que tem um caldeira grande e que potencialmente podem produzir devastações em escala continental, e causar mudanças climáticas globais importantes.

-> Aonde encontrar fotos e vídeos na internet
O maior acervo de vídeos do desastre vc encontra em: http://jlgolson.blogspot.com/2004/12/tsunami-video.html
Fotos impressionantes tiradas de satélite do antes e depois e do desastre em geral em: http://www.nytimes.com/pages/world/worldspecial4/
-> Curiosidades

- Rachadura: O tremor abriu uma rachadura de ± 3.700km no Oceano Índico, passando perto do Siri-Lanka. A ilha inteira de Sumatra se deslocou 20m para o Sul.

- Planeta: Geologistas americanos e franceses constataram que o eixo do planeta se deslocou em 6cm. Isso fez com que a Terra se inclinasse ainda mais do que já estava(o pólo Norte ficou 6cm mais longe do Sol e o Sul 6cm mais próximo).

- Maldivas: As ilhas Maldivas sempre estiveram sob risco de desaparecimento por causa de sua altura em relação ao nível do mar(0,9 metros acima na costa e 40cm abaixo em grande parte do interior das mesmas). Com os tsunamis que atingiram a Ásia, 3/4 das Maldivas simplesmente desapareceu. Ontem, pela manhã, o restante foi evacuado, sob risco de sumir com novos Tsunamis. A BBC informou que o arquipélago está dado como perdido, já que 90% de toda a infra-estrutura está destruída e 75% foi tomado por águas salgadas.

- 6º sentido: No Sri-Lanka, uma reserva com 1.300 animais de várias espécies (todos em extinção) foi atingida pelos Tsunamis. Inexplicavelmente, um dia antes da tragédia, todos os animais migraram para a parte mais alta do parque. Nenhum morreu.

01/01/2005 - 23h25m
Menina de 10 anos salvou 100 pessoas da tsunami




LONDRES - A presença de espírito e os conhecimentos de geografia de Tilly Smith acabou salvando sua família e a vida de outros 100 turistas na praia de Maikhao, em Pukhet, na Tailândia.

Ao ver o rápido recuo da água do mar, a menina de 10 anos alertou seus pais, que avisaram a todos para deixarem a praia. Minutos depois, uma forte onda varria o local, mas sem deixar vítimas. Detalhe: ela havia estudado o fenômeno das tsunamis nas aulas de geografia apenas duas semanas antes da tragédia na Ásia.

Humilde, a pequena heroína deu crédito pelo salvamento ao seu professor:

- O Sr. (Andrew) Kearney nos ensinou sobre terremotos e como eles podem causar tsunamis.

Apesar de ter salvo diversas vidas, Tilly explica tudo com a simplicidade de seus 10 anos:

- Eu estava na praia quando a água começou a ficar engraçada. Tinham bolhas e as ondas sumiram de repente. Eu percebi o que estava acontecendo e achei que era uma tsunami. Aí eu avisei à mamãe - disse.

Velejador brasileiro viveu tragédia de perto na Tailândia

Fernando Moreira - Globo Online

RIO - Nos nove anos em que segue tentando dar a volta ao mundo a bordo do barco 'Guardian', o brasileiro João Sombra viveu no último fim de semana o capítulo mais trágico de sua aventura nos mares. Do alto do prédio de um estaleiro onde sua embarcação passava por reparos, o velejador avistou a "montanha de água" investindo contra a cidade costeira de Phuket, no Sul da Tailândia. Era uma tsunami provocada por um terromoto cujo epicentro se deu ao sul dali, no fundo das águas da ilha de Sumatra, na Indonésia. "De repente vi uma montanha de água crescer. Pensei que fosse só uma, mas as ondas gigantes vieram em série, entrando pela cidade e arrasando tudo", relembra o brasileiro, que, pelo que viu nas ruas de Phuket, acredita que pelo menos 5.000 pessoas morreram na tragédia na região paradisíaca tailandesa, destino de turistas do mundo inteiro.

GLOBO ONLINE: Onde é que o senhor estava no momento do maremoto?

SOMBRA: O meu barco, o 'Guardian', estava em reparos em um estaleiro. Tive que fazer a pintura para que ele possa chegar bonitinho ao Mar Vermelho e o Mediterrâneo. E por isso me salvei. Os barcos que estavam na baía ou em mar aberto sofreram bastante. Às 8h, o meu barco começou a tremer. Falei com meu filho, Átila, sobre o que poderia estar acontecendo. Quando olhei para fora do 'Guardian' vi todos os outros barcos tremendo. Já havia passado por isso em San Diego (nos EUA) e vi logo que era um terremoto. As pessoas ao meu redor ainda estavam céticas, não queriam acreditar que se tratava de um terremoto. Foi quando surgiu um pessoal que disse que estava vindo uma onda gigante e subimos todos para o terceiro andar do prédio do estaleiro. A Baía de Ao Chalong começou a secar, eu via peixes pulando na areia seca. De repente vi uma montanha de água crescer. Pensei que fosse só uma, mas as ondas gigantes vieram em série, entrando pela cidade e arrasando tudo. A primeira série de ondas gigantes veio às 10h. O mar ficou doido, a maré vindo e voltando constantemente. Foi um filme de terror. Outras ondas vieram ao meio-dia e às 14h, com o mesmo rastro de destruição. Barcos eram jogados contra barcos, contra casas, uma cena terrível. Motos por cima de carros, veículos dentro de lojas, de hotéis... Assustador, tenebroso.

GLOBO ONLINE: O senhor perdeu familiares ou amigos na tragédia?

SOMBRA: Graças a Deus, não. Até agora não recebi informações de amigos mortos. Estou na região do Sudeste Asiático há três anos e conheci muita gente. Estou mandando mensagens para os amigos mais próximos para saber do destino deles. Um mergulhador brasileiro amigo meu que estava no mar no momento da tsunami se salvou porque conseguiu se esconder com o barco atrás de uma pedra grande. Por outro lado, 14 turistas que mergulhavam em Phuket foram encontrados mortos e outros 40 estão desaparecidos, mas nenhum deles é brasileiro.

GLOBO ONLINE: Em quantos mortos falam as autoridades da Tailândia?

SOMBRA: Há números para todos os lados, a gente não sabe em que confiar. Pelo que presenciei, só na área de Phuket houve uns 5.000 mortos. Mas não me surpreenderia se houvesse mais.

GLOBO ONLINE: Pelo que o senhor está vendo, as equipes de resgate estão dando conta dos trabalhos?

SOMBRA: Meu filho está trabalhando como voluntário. Ele é eletricista e mecânico. Tem muita gente ajudando as equipes de resgate, inclusive turistas. É um ambiente muito pesado, mas também de muita solidariedade. Gente que chega com esperança atrás de parentes e sai chorando. Há gente muito pobre aqui que encontra grande apoio na religião. Vi vários monges budistas percorrendo as ruas e recolhendo crianças perdidas. É um pesadelo em plena luz do dia. Nunca tinha visto isso. Os americanos não teriam imaginação para fazer um filme assim.

GLOBO ONLINE: Como está o acesso à região onde o senhor se encontra?

SOMBRA: Está tudo praticamente seco agora, com exceção de algumas áreas mais baixas. Nem parece que passou um rio pelas ruas da cidade. Mas o cenário de destruição está quase intocável. Carros em cima de carros, casas destruídas... O Exército já está distribuindo alimentos e remédios à população desalojada e faz rondas nas ruas para evitar atos de vandalismo e saques. Eles estão trabalhando bem, com a ajuda da Cruz Vermelha Internacional.

GLOBO ONLINE: Os danos foram mais sentidos por turistas ou pela comunidade local?

SOMBRA: A população mais carente vive em palafitas e nas áreas de maior risco, como em qualquer cidade do mundo. Aqui o mar não quebra, o que possibilita que palafitas sejam construídas mar adentro. É algo assim como os Alagados, de Salvador, ou a Favela da Maré, no Rio, no meio do mar. São áreas superpovoadas e carentes. Certamente os mais pobres foram os mais atingidos. Além disso, as equipes estão trabalhando mais rapidamente nas áreas de turismo intenso, já que o turismo é uma grande fonte de renda da Tailândia.

GLOBO ONLINE: As autoridades falam sobre algum risco de novo terremoto seguido de maremoto?

SOMBRA: Agora todas as máquinas possíveis e imagináveis estão ligadas para ver se haverá mais maremotos. Consultei um site importante australiano e não há um novo alerta. Acredito que a tragédia não se repetirá, mas não há palavra oficial sobre isso.

GLOBO ONLINE: A ONU e a Cruz Vermelha Internacional alertam para o risco de epidemias nas áreas afetadas. Como a população está encarando isso?

SOMBRA: O risco de epidemias existe certamente. As áreas alagadas estão cheias de dejetos e a população está bastante temerosa. Vários dutos de esgoto se romperam e a sujeira domina as ruas.
04/01/2005 - 13h32m
'Metade de Banda Aceh foi destruída', conta porta-voz da Cruz Vermelha na Indonésia


Juliana Braga - Globo Online

RIO - Nas ruas de Banda Aceh, a capital da província indonésia de Aceh, o que se vê é um amontoado de destroços de prédios, carros destruídos e vários corpos ainda no meio deles. Descrita pelo porta-voz da Cruz Vermelha na região, Martin Unternaehrer, a cena ilustra o estado caótico em que a região, a mais afetada pelo maremoto de 26 de dezembro, encontra-se após o desastre.

Em entrevista por telefone ao GLOBO ONLINE, Unternaehrer, um suíço que está na Indonésia há dois anos e meio, falou sobre as dificuldades das equipes de ajuda humanitária para amenizar os males causados pela tragédia, que somente naquele país matou 94 mil pessoas e deixou cerca de 800 mil desabrigadas.

- Acho impossível alguém prever quanto tempo será necessário para reconstruir tudo. Metade de Banda Aceh foi destruída - contou o porta-voz, durante a conversa.

GLOBO ONLINE - Nesta manhã, um acidente de avião fechou o Aeroporto de Banda Aceh. Quanto esse incidente pode prejudicar a entrega de comida aos sobreviventes?

MARTIN UNTERNAERHRER-Soube que, ontem à noite, houve um acidente no aeroporto envolvendo um animal na pista, ou algo parecido. Felizmente, não é um acidente enorme. A ajuda está chegando através dos aviões, é verdade, mas as estradas estão abertas. Uma grande quantidade da comida pode ser entregue.

Quanto tempo o senhor acha que será necessário para que Banda Aceh seja reconstruída?

UNTERNAERHRER-Acho que ninguém tem como responder a essa pergunta. Metade da cidade foi totalmente destruída. Vários funcionários do governo morreram na tragédia, o que dificulta ainda mais o trabalho. Diversos colegas da Cruz Vermelha perderam 20, 30 parentes nesse desastre, mas continuamos a trabalhar. Nossos engenheiros estão avaliando os prédios que ainda estão de pé. É preciso determinar o que pode ser reparado, o que pode ser reconstruído. Só posso dizer que vai levar muito tempo.

Além do problema da escassez de comida, qual é o maior desafio para as equipes de ajuda humanitária em Banda Aceh neste momento?

UNTERNAERHRER-Em primeiro lugar, temos que assegurar que a população tenha acesso à água potável, porque vários reservatórios de água foram destruídos e o lençol d'água foi contaminado com sal. É necessário também criar abrigos para que as cerca de 50 mil pessoas desalojadas aqui pela tragédia tenham onde morar. Em termos de suprimento de comida, não é um caso de emergência, mas também temos que garantir que a população tenha acesso. E há ainda o aspecto psicológico. Muitas pessoas estão traumatizadas e perambulam pelas cidade procurando seus parentes.

A identificação de corpos tem sido um grande problema nas nações atingidas pelas ondas gigantes. Como isso está sendo feito em Aceh?

UNTERNAERHRER-Tem sido um processo muito difícil. A Cruz Vermelha e o Exército têm feito um trabalho combinado para isso. Essa semana, tivemos que retirar 15 mil corpos que estavam apodrecendo ao sol. Muitas pessoas morreram. Estamos tentando identificar os mortos através de informações dadas por seus parentes.

Segundo a ONU, a ameaça de doenças pode duplicar o número de mortos nos países atingidos pelo maremoto. A Cruz Vermelha já registrou algum caso dessas doenças ligadas à tragédia?

UNTERNAERHRER-É um perigo, mas Graças a Deus isso ainda não aconteceu. Há apenas alguns casos isolados de doenças como a diarréia, mas nada em grande escala.

Recentemente, o governo da Indonésia afirmou ter desistido de contar os mortos. O que o senhor pensa disso?

UNTERNAERHRER-Não tenho essa informação oficial, mas acredito que o governo quis dizer que não será fácil dar um número oficial de mortos rapidamente. Estava dirigindo em Banda Aceh e vi metros de concreto e carros empilhados pelas ruas. No meio disso tudo, há muitos corpos. Vai levar muito tempo para que o número total de mortos seja conhecido.

05/01/2005 - 10h50m
Tsunami provocou ondulações na costa do Brasil


Jornal Nacional

RIO - As ondas gigantes que atingiram o litoral de países da Ásia e da África provocaram ondulações, com pequena intensidade, que viajaram 16 mil quilômetros, a uma velocidade de 700 km/h, até chegar à costa brasileira.

- Essas ondas se propagaram pela ligação do Atlântico Sul com o Índico, que é uma ligação bem mais franca do que a ligação do Pacífico com o Atlântico - explicou Albano Alves, oceanógrafo, em entrevista ao Jornal Nacional.

A chegada da onda ao litoral brasileiro não causou nenhum estrago. Mas provocou um fenômeno que os especialistas consideram inédito e que foi percebido em vários pontos da costa graças à sensibilidade de equipamentos como um marégrafo, que mede a variação do nível do mar.

As alterações incomuns da maré foram registradas em pelo menos três estados: Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.Em Arraial do Cabo, litoral norte do Rio, elas foram sentidas na unidade da marinha.

- A minha reação foi de muito espanto - contou Rogério Campella, pesquisador da marinha.

Normalmente, a maré sobe e desce, em média, a intervalos de seis horas.

No Rio, a previsão da marinha para às 22h de domingo, dia 26, era de que a maré subisse um metro e 30 centímetros até às 3h de segunda.

Mas nesse período, com a chegada das ondulações da Ásia, a maré ficou subindo e descendo cerca de 30 centímetros, a intervalos de meia hora.

Esse comportamento raro durou dois dias. Na noite de terça-feira o movimento da maré no litoral do Brasil voltou ao normal. Para Victor D´ávila, oceanógrafo do Observatório Nacional, as mudanças na maré, que impressionaram os especialistas, não devem ser motivo de preocupação para os brasileiros.

- O nosso risco de ocorrer um desastre desse tipo, felizmente, é praticamente zero - contou ele.
Terra ainda balança após terremoto na Indonésia, dizem cientistas

Reuters

MELBOURNE, Austrália - A Terra ainda está sofrendo vibrações originadas pelo forte terremoto perto da Indonésia que causou o tsunami há duas semanas, disseram neste domingo pesquisadores australianos.

A Universidade Nacional Australiana (ANU) disse que as reverberações são similares, em forma, ao badalar de um sino, apesar de não emitirem som, e foram registradas por instrumentos que monitoram a gravidade.

- Não são abalos que vão derrubar alguém da cadeira, mas são movimentos que os instrumentos que estão instalados ao redor do mundo podem medir rotineiramente - disse Herb McQueen, pesquisador do departamento de Ciências da Terra.

- Está certamente acima do nível comum de vibrações que a Terra está normalmente acostumada a ter.

O terremoto de 9 graus na escala Richter, o terremoto, o mais forte em 40 anos, foi registrado perto da costa da ilha de Sumatra em 26 de dezembro. O tremor gerou um tsunami, ondas gigantes, que matou mais de 156 mil pessoas em 13 países banhados pelo Oceano Índico na Ásia e na África.

McQueen disse que a oscilação está diminuindo e que os níveis atuais são iguais a cerca de um milímetro do movimento vertical da Terra. Imediatamente após o tremor na Indonésia, a oscilação, provavelmente, estava entre a variante de 20 a 30 centímetros gerada tipicamente na Terra pelos movimentos do Sol e da Lua.

- Este terremoto foi especial, porque foi dez vezes maior do que a maioria dos grandes terremotos recentes e continua reverberando - disse McQueen.

- Ainda podemos ver um sinal contínuo da vibração da Terra como resultado do terremoto de duas semanas atrás. Parece que continuará oscilando por diversas semanas.

O instrumento de medição da gravidade da ANU está instalado no Observatório de Mount Stromlo, perto de Canberra, e é parte do projeto de geodinâmica global criado após grandes terremotos nos anos 1960.

Cientistas dos EUA disseram logo depois do terremoto na Indonésia que o abalo sísmico pode ter acelerado a rotação da Terra de maneira permanente- encurtando os dias em uma fração de segundo- e causado uma inclinação do planeta em seu próprio eixo.

-> Como Ajudar
RIO - Os brasileiros que quiserem ajudar as vítimas do maremoto na Ásia, que deixou pelo menos 80 mil mortos no fim de semana passado, podem fazer doações em dinheiro para uma conta bancária disponibilizada pela Cruz Vermelha. Também há a opção de entrega de donativos, como alimentos não perecíveis, remédios e roupas para os flagelados da catástrofe provocada pelas ondas gigantes do Oceano Índico.

A Defesa Civil do Rio começará, a partir de segunda-feira, a recolher doações. Todo o material arrecadado será repassado às embaixadas da Tailândia e do Sri Lanka.

As doações de roupas e remédios devem ser feitas nas 13 subprefeituras da cidade, nas 33 Administrações Regionais ou na sede da Defesa Civil, na Rua Visconde de Santa Isabel 32, em Vila Isabel. A expectativa é de que sejam recolhidas mais de 5 toneladas de roupas.

Outra opção é pedir para que o recolhimento da doação seja feito em domicílio. Neste caso, o agendamento das visitas deverá ser feito pelos telefones 2576-7297 e 2576-5665, de segunda-feira a sexta-feira, entre 9h e 17h.

Doações em dinheiro:

Estão disponíveis duas contas bancárias, uma aberta pelo Comitê da Cruz Vermelha no Brasil e outra pela Embaixada do Sri Lanka.

Cruz Vermelha:

Bank Boston

Agência 010

Conta-corrente 313231-06

Sri-Lanka:

Banco do Brasil

Agência 1606-3

Conta-corrente 46034-6

CNPJ: 047.66273/0001-00 , Embaixada do Sri-Lanka

Doações em mercadorias:

São necessários barracas, cobertores, lençóis, alimentos não perecíveis, tabletes purificadores de água, medicamentos (paracetamol, antibióticos), roupas, material de sutura, seringas descartáveis, infusões intravenosas e geradores portáteis.

RIO - Dezenas de entidades de ajuda em todo o mundo estão aceitando donativos para ajudar as vítimas do maremoto que atingiu o litoral da Ásia e da África. Abaixo, uma lista de websites de algumas das instituições que podem ser contactadas.

AmeriCares - http://www.americares.org/

Action Against Hunger - http://www.actionagainsthunger.org/

ADRA International - http://www.adra.org/

American Jewish Joint Distribution Committee - http://www.jdc.org/

American Red Cross - http://redcross.org/

Association for India's Development - http://www.aidindia.org/

CARE - http://www.careusa.org/

Catholic Relief Services - http://www.catholicrelief.org/

Christian Children's Fund - http://www.christianchildrensfund.org/

Church World Service - http://www.churchworldservice.org/

Cruz Vermelha Internacional - http://www.ifrc.org/index.asp

Direct Relief International - http://www.directrelief.org/index.html

Food for the Hungry - http://www.fh.org/

International Aid - http://www.gospelcom.net/ia/

International Medical Corps - http://www.imcworldwide.org/index.shtml

International Rescue Committee - http://www.theirc.org/

Lutheran World Relief - http://www.lwr.org/

MAP International - http://www.map.org/

Médicos sem Fronteiras - http://www.doctorswithoutborders.org/

Mercy Corps - http://www.mercycorps.org/

Network for Good - http://www.networkforgood.org/topics/international/earthquake/tsunami122604.aspx?source=CNN&cmpgn=EATSU

Operation USA - http://www.opusa.org/

Oxfam America - http://www.oxfamamerica.org/

Plan USA - http://www.planusa.org/index.php

Project Concern International - http://www.projectconcern.org/

Save the Children USA - http://www.savethechildren.org/

Unicef - http://www.unicef.org/index.html

U.N. World Food Programme - http://www.wfp.org/

World Concern - http://www.worldconcern.org/

à Curiosidades sobre a china

China

A China é uma antiga entidade cultural e geográfica na parte continental do Leste da Ásia, incluindo algumas ilhas que, desde 1949 foram divididas entre a República Popular da China (que inclui a China Continental, Hong Kong e Macau) e a República da China (que inclui Taiwan e algumas ilhas da Província Fujian).

A palavra China costuma referir-se a regiões que, em termos mais específicos não fazem parte dela, como é o caso da Manchúria, da Mongólia Interior, o Tibete e Xinjiang. Nos meios de comunicação ocidentais, “China” refere-se, normalmente, à “República Popular da China”, enquanto que “Taiwan” se refere à “República da China”. Muitas vezes, em termos informais, especialmente entre chineses e ingleses (no contexto do mundo dos negócios), “a Grande região da China” refere-se ao sentido mais lato, tal como foi apresentado no parágrafo anterior. Na sua história, as capitais da China situavam-se, essencialmente, no leste. As quatro capitais mais citadas são Nanjing, Beijing (Pequim), Xi'an, e Luoyang. As línguas oficiais foram mudando ao longo da sua extensa história, (incluindo línguas entretanto desaparecidas), incluindo o Chinês (mandarim, em português), o Mongol e o Manchu. A palavra portuguesa China, bem como o prefixo associado, Sino-, derivam, provavelmente, de “Qin” (palavra que se pronuncia, de grosso modo, no meio termo de “Chin” e “Tsin”). Há quem defenda, no entanto, que China derive da palavra chinesa para chá (igual à palavra em português que, aliás tem origem etimológica no mandarim) ou, mesmo, de “seda” (note-se, em jeito de nota de rodapé, que é vulgar a associação entre a palavra china e os produtos que têm aí a sua origem: china, em português, também pode significar porcelana) . Qualquer que seja, contudo, a origem da palavra “China” (que é uma palavra europeia, não existindo em qualquer das línguas sino-tibetanas) foi-se perdendo à medida que era filtrada pelos vários povos atravessados pela Rota da Seda, que fazia a primeira ligação histórica estável entre esta região asiática e a Europa.

História

A China aparece desde cedo na história das civilizações humanas a organizar-se enquanto nação (ainda que a identidade nacional chinesa seja complexa), demonstrando um pioneirismo notável em áreas como a arte e a ciência, ultrapassando largamente, na altura, o resto do mundo. Em cerca de 1000 AEC, a China consistia num conjunto complexo e intrincado de reinos de pequenas dimensões. Em 221 AEC, todos estes reinos foram anexados ao estado Qin, dando início à Dinastia Qin.
Na história da China, ao longo dos séculos, num movimento pendular, verificamos períodos de união e de desunião e de ordem e desordem.
No século XVIII, a China experimentou um progresso tecnológico acentuado, em relação aos outros povos da Ásia Central, ainda que tivesse perdido terreno se comparada à Europa. Os acontecimentos do século XIX, em que a China tomou uma postura defensiva em relação ao imperialismo europeu ao mesmo tempo que estendia o seu domínio sobre a Ásia Central, podem ser explicados sob este ponto de vista.
No início do século XX, o papel desempenhado pelo Imperador da China desapareceu, com a China a entrar num período de desagregação devido à Guerra Civil Chinesa. Actualmente há três regiões que reclamam, formalmente, para si o nome de China: a República Popular da China e o governo pré-revolucionário da República da China, que administra Taiwan e várias pequenas ilhas de Fujian.

Política

Depois da unificação sob o Império Qin, a China foi dominada por mais 13 dinastias, muitas das quais comportavam um complexo sistema de reinos, principados, ducados, condados e marquisados. Contudo, o poder era centralizado na figura do Imperador. Este era ainda coadjuvado por ministros civis e militares e, principalmente, por um primeir ministro. Aconteceu, por vezes, o poder político ser tomado por oficiais, eunucos, ou familiares. As relações políticas com regiões dependentes do império (reinos tributários) eram mantidas à base de casamentos, coligações militares e ofertas.

Território

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Originalmente, na Dinastia Zhou, a China compreendia a região em torno do Rio Amarelo. Desde então que se expandiu para ocidente e para sul (até à Indochina), tendo atingido proporções máximas durante as dinastias Tang, Yuan e Qing. Do ponto de vista Chinês, o Império Chinês teria, mesmo, incluído partes do Extremo Oriente Russo e da Ásia Central, durante as fases em que a Dinastia Yuan se mostrou no auge do seu poderio, ainda que a China fosse, nesse caso, meramente um dos vários territórios do Império Mongol.
Durante o Império Qing, o valor da Grande Muralha da China na defesa da integridade territorial do império diminuiu devido à sua expansão. Em 1683, Taiwan torna-se parte do Império Qing, originalmente como uma prefeitura da província de Fukien. As principais divisões administrativas da China foram sendo modificadas ao longo do tempo. No topo da hierarquia administrativa, encontramos os circuitos e as províncias (sheng). Abaixo destas divisões foram aparecendo prefeituras, subprefeituras, departamentos, comarcas (xiang), distritos (xian) e áreas metropolitanas. Existe alguma indefinição na tradução para português das divisões administrativas.

Geografia

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A China contém uma larga variedade de paisagens, principalmente com planaltos e montanhas a oeste e terras de menor altitude a leste. Como resultado, os rios principais correm de oeste para leste (Chang Jiang, o Huan He (do oriente-central), o Amur (do nordeste), etc), e, por vezes, em direcção ao sul (Rio das Pérolas, Rio Mekong, Brahmaputra, etc). Todos estes rios desaguam no Pacífico.


No leste, ao longo da costa do Mar Amarelo e do Mar da China Oriental, encontramos uma extensa e densamente povoada planície aluvial. A Costa do Mar da China do Sul é mais montanhosa. O relevo da China meridional caracteriza-se por serras e cordilheiras não muito altas.


A oeste, temos outra grande planície aluvial, a norte. No sul ocidental encontramos uma meseta calcárea atravessada por cordilheiras montanhosas de altitude moderada onde, nos Himalaias, se situa o seu ponto mais elevado (Monte Everest). O sudoeste é ainda caracterizado por altos planaltos cercados pela paisagem árida de alguns desertos, como o Takla-Makan e o deserto de Gobi, que está em expansão. Devido à seca prolongada e, provavelmente devido a práticas de uma agricultura empobrecedora dos solos, as tempestades de poeira tornaram-se comuns durante a primavera chinesa.


Durante muitas dinastias, a fronteira sudoeste da China foi delineada pelas altas montanhas de vales escavados de Yunnan, que, hoje, separam a China dos estados de Burma, Laos e Vietname.

Clima

O clima da china varia muito. A China meridional tem características tropicais. A zona setentrional (onde se situa Beijing), por contraste, caracteriza-se por Invernos de uma severidade Ártica. A zona central (onde se situa Xangai) tem, geralmente, clima temperado.

Geologia

As formações Paleozóicas da China, exceptuando as que se referem ao Carbonífero Superior (Pensilvaniano), têm caracterísiticas mainhas, enquanto que os depósitos referentes ao Mesozóico e ao Cenozóico são de origem lacustre ou continental. Existem grupos de cones vulcânicos ao longo da Grande Planície do norte da China. Nas penínsulas de Liaodong e Shandong existem planaltos basálticos.

Grupos étnicos

Já existiram na China mais de uma centena de grupos étnicos. Em termos numéricos, a etnia dominante é a dos Han. Ao longo da história, muitas etnias foram assimiladas às suas vizinhas ou, simplesmente, desapareceram sem deixar grandes testemunhos da sua existência. Muitas etnias distintas foram diluídas no grupo dos Han, o que explica o peso numérico desta etnia na China. Não obstante, os Han falam várias línguas muito diferentes. O governo da República Popular Chinesa reconhece 56 etnias.

Cultura e Religião

A Filosofia chinesa teve um impacto extremo na cultura do seu povo, tanto a nível erudito quanto a nível popular. As raízes da filosofia (e perspectiva religiosa) chinesa estão no Confucionismo, Taoísmo e Budismo (segundo a ordem cronológica).
No território chinês podemos encontrar diversas tradições religiosas, muitas delas dissemelhantes. A veneração dos antepassados, o islão, e outras religiões populares chinesas ombreiam com outras crenças onde se misturam as correntes filosóficas atrás referidas. O cristianismo (catolicismo e protestantismo), apesar de minoritário, não deixa, por isso, de ser uma religião de referência.
A literatura chinesa tem uma antiguidade insuperável, em relação às outras civilizações. A invenção da impressão, atribuída aos chineses, não será alheia a este facto. Antes desta invenção, os Clássicos chineses e os textos religiosos (principalmente do Confucionismo, Taoísmo e Budismo) eram manuscritos a tinta, com pincéis. Com o fim de comentar e reflectir sobre estas obras, os estudantes reuniam-se em várias academias ou escolas, muitas das quais eram apoiadas pelo império. A casa imperial participava, não raramente nessas discussões filosóficas.
A cultura chinesa tem, tradicionalmente, uma grande reverência para com os filósofos, escritores e poetas clássicos. No entanto, os escritos deixados por muitos dos sábios clássicos são muitas vezes pontuados de descrições irreverentes, críticas e ousadas da vida quotidiana chinesa da sua época.
Os chineses criaram diversos instrumentos musicais, como o zheng, o xiao e o erhu, que se difundiram pelo leste e sudeste asiático. O sheng serviu de origem a muitos instrumentos de palheta livre ocidentais. Os caracteres chineses têm ( e tiveram) diversas variantes e estilos ao longo da história da China, tendo sido convencionada uma forma simplificada, em meados do século XX, na China Continental.
Uma arte milenar, nascida na China, a cultura dos Bonsai foi adoptada, posterioremente por outros países asiáticos, como o Japão e a Coreia.

Ciência e Tecnologia

Para além das contribuições culturais já mencionadas, devemos ainda referir algumas invenções chinesas na área da tecnologia, como, por exemplo:
  • Bússula
  • Impressão
  • Papel
  • Ábaco oriental
  • Pólvora
  • Estribo
  • Besta (arma)
Outras áreas científicas onde os chineses se distinguiram:
  • A astrologia chinesa e as suas constelações eram usadas com fins divinatórios.
  • Aplicaram conceitos matemáticos na arquitetura e na geografia. O π foi calculado por Zu Chongzhi até ao sétimo dígito no século V.
  • A alquimia é identificada com a química Taoísta, com bases diversas da química actual.
  • Foram levados a cabo estudos de biologia extensivos e muito pormenorizados, que, ainda hoje são procurados e consultados, como as farmacopeias, género de catálogo de plantas medicinais.
  • A medicina tradicional e a cirurgia foram, durante muito tempo, avançadas, havendo ainda hoje, muitos adeptos destas práticas médicas. Um exemplo conhecido é o da acupunctura. As autópsias eram consideradas sacrilégio. No entanto, houve quem violasse tal tabu, o que permitiu um mais vasto conhecimento sobre a anatomia interna humana.

13/06/2005 - 18h42m
Sistema de alerta contra tsunamis começa a funcionar no fim do mês

EFE

PARIS - O início do funcionamento do sistema de alerta contra tsunamis no Oceano Índico vai se dar no fim de junho, quando a assembléia da Comissão Oceanográfica Internacional (COI) vai se reunir a aprovar a operação, informou nesta segunda-feira a Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O maremoto no fim do ano passado matou centenas de milhares de pessoas em mais de dez países da região.

"A inauguração oficial das atividades do sistema de alerta contra os tsunamis e para atenuar seus efeitos no Oceano Índico" coincidirá com a 23ª reunião da assembléia, que ocorrerá em Paris, de 21 a 30 de junho, disse a Unesco.

O sistema será composto por redes sismográficas aperfeiçoadas, redes de mareógrafos com transmissão de dados em tempo real e detectores de pressão em águas profundas.

A assembléia, órgão supremo do COI, reúne-se a cada dois anos e é integrada por 131 Estados-membros.